“Sons de Abril”, com acordes de Liberdade
O pavilhão gimnodesportivo, transformado em sala de espetáculos, acolheu, na passada sexta-feira, o concerto “Sons de Abril”, mais uma iniciativa do Agrupamento para celebrar meio século da Revolução dos Cravos, e que juntou em palco os nossos alunos que frequentam a Academia de Artes de Cinfães e os alunos do Curso Profissional de Instrumentista de Sopro e Percussão da Escola Secundária, dirigidos pelo professor Pedro Vaz e acompanhados pelos professores Carlos Nunes, Gonçalo Vieira, Patrícia Vieira, Elisabete Adão, Diogo Soares, Filipe Pereira e Daniel Pinto, bem como alguns alunos da disciplina de Expressão Dramática do 9.º ano.
O concerto, que se realizou em duas sessões, levou a palco uma ode à liberdade e um tributo aos heróis que, com coragem e música, desafiaram a ditadura e abriram as portas ao “dia inicial inteiro e limpo”, e que (esperemos) “Não se tornarão a fechar”.
Os acordes de liberdade e as palavras que dançam com os cravos vermelhos levaram-nos por uma viagem aos versos das canções que se entrelaçam com a História (“Canção de Embalar”, “Cantar da Emigração”, “Acordai”, “Vejam Bem”, “Tourada”, “Traz Outro Amigo Também”, “Venham Mais Cinco”, “Pedra filosofal”…), acompanhados pelas representações em palco e pelas imagens da época, simbiose e fio condutor da história que o espetáculo nos contou – da opressão à liberdade!
Não podiam faltar as senhas da revolução, transformadas em hinos, “E Depois do Adeus” e “Grândola, Vila Morena”, que ecoaram como uma chamada à ação e nos transportaram àquela madrugada de 1974, numa melodia que nos lembrou a democracia e a esperança que brotaram daquela alvorada, quando “livres habitamos a substância do tempo”.
No final, as palmas encheram o pavilhão como um eco da História, não apenas como celebração artística, mas sobretudo pelo tributo à coragem, ao empenho e à perseverança de todos aqueles que fizeram a diferença. Que estas notas e versos continuem a inspirar as gerações futuras, pois só assim “O mundo pula e avança”, lembrando que a música, as palavras e os gestos são armas poderosas na luta pela democracia, liberdade, igualdade e justiça.
De Abril não ficam apenas os cravos. As sementes da democracia, nos campos de Abril, devem ser sempre cultivadas e protegidas para que… Venham mais 50!
Um agradecimento especial aos professores que lavraram os campos e viraram as leivas - António Oliveira, Cláudio Mateus, Idálio Loureiro, Joana Costa e Rita Almeida.
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