
Coimbra: Uma Jornada entre o Saber e a Paixão
O plano da aula de hoje leva-nos à cidade onde o conhecimento se funde com o amor.
A aventura inicia-se nas icónicas Escadas Monumentais: 125 degraus subidos de uma só vez, com cuidado e sem tropeços, pois ninguém quer ir “pontapear a raposa”. No topo somos acolhidos por uma vista que abraça a história do conhecimento em Portugal e pelo fundador, rei poeta e lavrador. Sob o seu olhar, seguimos rumo à Porta Férrea e ao imponente Paço das Escolas, berço de ideias e saberes, que reúne alguns dos mais emblemáticos edifícios da cidade: a Torre da Cabra, sentinela que alberga o relógio e os sinos que regulam a vida académica, e a Biblioteca Joanina, guardiã de um tesouro literário de valor incalculável.
O percurso continua pelos recantos e encantos de uma das zonas mais pitorescas: as estreitas escadinhas que nos conduzem à Sé Velha, à íngreme rua de Quebra Costas e ao Arco da Almedina. Cuidados redobrados para quedas e casamentos… Na descida cruzamo-nos com a encantadora Tricana, de xaile traçado ao ombro, que descansa o seu cântaro e suspira por algum estudante enamorado…
Alcançamos o Largo da Portagem pela Rua da Sofia e seguimos pelas margens do Mondego, que há muito inspira poetas e capas negras, até à ponte pedonal, batizada em homenagem aos eternos amantes Pedro e Inês, que nos leva ao acolhedor refúgio do Parque Verde, retempero do espírito (e do corpo!) para o próximo capítulo da nossa jornada.
Nenhuma visita a Coimbra estaria completa sem mergulhar na lenda que transcende os séculos: a mística Quinta das Lágrimas, cujos jardins e memórias guardam a dor e a beleza de um amor que desafiou os destinos. Junto à Fonte dos Amores, cenário que testemunhou o romance trágico entre D. Pedro I e Inês de Castro, ergue-se a majestosa Figueira dos Amores, árvore centenária que este ano alcançou o segundo lugar no prestigiado concurso europeu “Tree of the Year 2025”. A poucos passos, a Fonte das Lágrimas, imortalizada nos versos de Camões, onde cada gota parece ter colhido as lágrimas da donzela…
… “E mostrar-lhes que o amor contrariado / Triunfa até da própria sepultura” (Miguel Torga)